Renascimento

Havia muita coisa a que chamava vida

Vivia muito cada coisa que havia

Mas foi alijando o que foi perdendo o sentido

Foi perdendo o sentido do que descartar

E descartando mais do que jamais ousou pensar

Até que restasse apenas um fio que lhe justificasse ser ou estar

...E mesmo para esse resto precisa se esforçar

É terminal ou parada?

É truque do ânimo?

Um engano?

Uma jogada?

A dúvida sobre a vinda de estímulos lhe faz esperar

Faz ter ainda no que pensar

Na esperança de poder deixar as exigências

De ficar feliz como na adolescência

Idealizar a perfeita sincronia

Das minúcias da maturidade com a alegria

De ver fluir a energia guardada em segredo até de si

...E como num milagre, ressurgir.