Rio de Sangue

Sinto a água suave entre os meus dedos

Do meu lindo lago cor-de-rosa

Que foi ficando cada vez mais vermelho

Assim, de forma tão dolorosa

Meu rio sabor tuti-fruti adoçado

Com um gosto ferroso ficou

O céu, antes tão azul e iluminado

Por nuvens de tempestade se fechou

Meu sorriso tão largo e sincero

Foi do branco a um amarelo

Já não é mais tão honesto e claro

Que o digam os meus olhos inchados

É o sangue que agora me molha as mãos,

O teu sangue que eu não derramei,

Mas que aos meus olhos encharcou

Quando à dor da perda eu me entreguei

O meu pássaro azul de arco-íris

O meu cristal rachado da vida feliz

Tudo o que não tem mais porque não ir

Tudo o que já nada de bom me diz

E vem da nascente que gerou o meu rio

Este barulho que me faz perecer

O meu rio foi tomado pelo sangue frio

O mesmo que escorreu do teu viver