MÃE, COMO A COISA MUDOU !

MÃE, COMO A COISA MUDOU !

Mãe, fiz uns versos pro papai,

Falando do mundo atual,

Dizendo como ele vai...

Menos bem do que mal.

Acho que lhe contou,

Pois sempre fez assim,

Penso que se espantou,

Com o mundo chegando ao fim.

Apesar do seu progresso,

Da alta tecnologia,

O mundo está perverso

E sentindo agonia.

Tem máquinas pra todo lado,

Enchem o bolso do patrão,

Deixam o povo desempregado

Desesperam a população.

Imagine, mãe querida,

Há inversão de valores,

Muitos dos " bem de vida "

Em mil tretas são doutores.

Recorda-se das visitinhas

Aos amigos mais chegados ?

Tempo em que se servia

Cafezinho e bom-bocado ?

Isso não existe mais,

É um ato do passado

E a TV é quem faz,

Todos ficarem afastados.

Os costumes foram mudados,

A moda é louca demais,

Os jovens são tatuados,

Não pedem mais bênçãos aos pais.

Bermudas até o joelho,

Na cabeça, usam boné,

Não se penteiam no espelho,

Cada um sai como quer.

E tem mais, minha amada...

Sabe como se trata,

A atual molecada ?

De mano, mãe, que mancada !

Veja como a vida vai

E que prática malvada,

Os filhinhos de papai,

Matam os outros por nada.

Até menores de idade,

Por uma coisa banal,

Assassinam sem piedade,

Vivem fazendo o mal,

Isto em qualquer cidade,

Os de menor capital.

Tem cada coisa agora,

Difícil de acreditar,

Não sentamos mais lá fora,

Pro descanso e conversar.

Temos medo de assalto,

Pois há muito delinqüente,

Que pratica cada ato,

Mete medo na gente.

Lembra de antigamente...

Quando um jovem dava lugar,

A um idoso ou doente ?

Isso hoje... nem pensar !

Mudaram -se os conceitos,

O respeito é coisa rara,

Aumentaram os preconceitos,

A vergonha sumiu da cara.

Quase tudo é descartável,

Despejam tudo no lixo,

Poluição implacável,

Nem posso pensar nisso.

As mulheres perderam a noção,

Não sabem se valorizar,

Com o pudor em extinção,

Casam -se por casar,

Não quero falar mal,

É claro, há exceções,

Mas acham que é normal,

Casar só por tesão.

E o resultado é fatal,

Casamento vai à falência,

Vira uma coisa banal

E o fim é a desistência.

Eu sei que tudo é saudade,

Mas vamos tocando o barco

E com o avanço da idade,

Espero o dia que " embarco ",

Para então lhe contar

E, se o Pai do Céu permitir,

Vou lhe abraçar e beijar

E a Ele, agradecer e servir.

Com muita saudade

Auro ( Este filho que a ama )