DESAGUANDO SAUDADE

Deságua o céu suas mágoas,

encharcando a terra com seu pesar.

Nuvens cinzas, desatinadas,

o vento em fortes rajadas,

numa chuva que não quer passar.

E eu, companheiro das águas,

de minha vidraça vejo tudo desabar.

Esperanças foram desenganadas;

as saudades, estilhaçadas,

num pranto que não quer cessar.

Saudade da vida, saudade do mar...

das pessoas que passavam e sorriam,

sem que pudessem pensar

que aquele a quem elas viam,

era um homem em perene desaguar...

COSTARELLI
Enviado por COSTARELLI em 07/02/2008
Reeditado em 19/06/2013
Código do texto: T849679
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