SILÊNCIO DOS SILÊNCIOS
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Que horas são no meio da tarde cinza
e uma trovoada sem fim
que neve cai
sobre nossas cabeças
decepadas as mãos
e o ceptro do corpo
os olhos fecham-se
onde a memória morre
por falta d’água
já não canta o rouxinol
do salgueiro a folha cai
não há raízes
para preparar pão
e a terra não tem nome
que sustente o chão
ruínas é que nos espera
em monte de cinzas expostas
e uma música de desespero
para uma europa sem destino
resta-nos o cansaço dos dias
e um silêncio quase morto
no meio do caminho
@joaquim alves, 2008