CARNAVAL

CARNAVAL

Saudades DA lança, seu aroma,

Que confesso, exagerava

E ficava quase em coma

Quando no lenço cheirava.

Que delícia gelar as costas

Das meninas a pular,

Era a maneira nossa

De se conseguir flertar.

Pulava com saúde de aço,

Lançando confetes e serpentinas

Desafiando o cansaço

Bricando com as meninas.

Grandes sambas e marchinhas

Que hoje não se ouvem mais,

Saudosas lembranças minhas

Dos antigos carnavais.

Ah, se eu pudesse agora

Voltar aos tempos de outrora,

Ouvir pela noite inteira

A marchinha Jardineira !

Ver a colombina passar,

Vestido de palhaço a dançar

Um samba verdadeiro...

Mexendo o corpo inteiro !

Essa saudade me dói,

Meu coração corrói,

Mas ainda fico contente

De poder conter a mente

Tantas boas lembranças

Dos meus tempos de criança

Como de jovem também

E poder dizer amém

A Deus que nos criou...

Tanto nos privilegiou

Com este tempo abençoado

E vos falar, obrigado !

Auro.

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