Páginas
Folheio as páginas do meu caderno velho
E suas folhas não parecem as mesmas;
Estão abandonadas às moscas,
Guardando o pó de minha infância.
A tinta que suja a estrada branca
Traz consigo as mágoas de ontem.
Traz o choro de criança;
A esperança de uma infância mágica.
Páginas são versos mudos
Que esquecemos de escrever;
São palavras silenciadas,
Quando as dobramos,
E fingimos crescer.
Ainda brinco de dobradura
Com aquelas velhas páginas,
Qual menino fazendo pipa
Pra empinar e rasgar.