ESTRELAS DO NAUFRÁGIO

O fio que não se vê une,

mas também corta,

quando raspa na pele

e interrompe os sonhos

de pelo menos duas mulheres,

unidas pelo cálice

entornado de mão em mão.

Estrelas do naufrágio,

que sussuram rimas perfumadas

marcando com o seu hálito

as pregas do vidro gelado do tempo,

por favor, tentem adivinhar

o meu futuro.

De lábios colados,

cruzam comigo no centro da neblina,

surpreendidos pela tempestade,

mas todos absolutamente maravilhados

pelos relâmpagos.