OCASO
A marcas no rosto, não esconde nada
o olhar cansado já não enxerga o futuro tudo não é para sempre, um dia se acaba
o passado mais distante ficando escuro
O corpo desgastado pela andança
já não se ouve mais aquela canção
as pernas não acompanham a dança
lembranças estão gravadas no coração
Cada marca no rosto revela a verdade
muitos partiram, ficou apenas a solidão
a única companheira agora é a saudade
ainda te quero, viver por ti é a razão
Então apelo, chamo pelo teu nome
grito, mas a minha voz ninguém escuta
tua ausência me aflige, me consome
a mente quer, mas o corpo foge à luta
É como o declínio de um astro
tal qual o Sol se escondendo no horizonte
transformando a luz num leve rastro
a própria fusão do hoje com o ontem.