CHUVA
A chuva cai,
e com ela desce o silêncio
das horas que não voltam,
das vozes que o vento levou.
Pela vidraça embaçada,
o mundo dissolve-se em sombras,
como um reflexo fugidio
de algo que já foi e já não é.
A saudade goteja lenta,
molhando a memória,
desenhando caminhos
que só os olhos fechados enxergam.
Lá fora, a terra bebe o céu.
Aqui dentro, a alma transborda. Molhando esta poesia de saudade. Você continua em meu coração, Mãe.
Tião Neiva