Metáforas Náuticas Solitárias
Muitas vezes, como aves noturnas,
Viajamos entre as nuvens.
Noutras, como caravelas soturnas,
Aguardamos o capitão que já não vem.
Hoje, olhando para trás,
Pelas águas já desbravadas,
Sinto falta daquela sensação
Do vento em minhas mechas escovadas.
Os meus ídolos continuam os mesmos,
Como faróis guiando a embarcação,
Em meio à tempestade dos ermos,
Com uma mais reduzida tripulação.
Tua presença em mim é mantida,
Como a foto das garotas na cabine do capitão.
Aguardo incansavelmente, como as viúvas na enseada,
O retorno de seus amados que jamais retornarão.
Ian Gruner
12/03/202