SAUDADE - ANSIEDADE

Como o tempo é generoso...
tenho - o tanto, às vezes,
que no espaço que deixa,
nem mesmo sei quê fazer...

Fico olhando para o teto,
rabisco uma poesia
ou tiro "um dedo de prosa"
com quem queira conversar...

Às vezes olho pro céu,
adivinhando esculturas
nas nuvens que, pelo espaço,
vão passando, devagar...

Apanho um livro na estante,
com disposição, pra ler,
mas de repente o tédio
faz - me deixá - lo de lado...

Esquadrinho, pressurosa,
cada canto, desta casa,
prá de novo descobrir,
que de novo, nada tem...

E este tempo não se esgota
e outra coisa também não:
esta saudade - ansiedade
que trago no coração...
Arianne Evans
Enviado por Arianne Evans em 08/12/2005
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