Falso Soneto
O brilho das lágrimas
de uma dor marejada
uma cantiga cantada
para afastar as lástimas
Em uma noite escura
onde a solidão é certa
um brilho desperta
e na escuridão ruptura
O toque dos astros
a pureza da Lua
os rastros da tua beleza
A falta de ti
a delinquência da saudade
a ausência da liberdade
E naquele canto da sala,
revivo memórias como folhas de um livro
lembrando do som da sua fala
Enquanto o meu amor ainda está vivo
me faz escrever mais do que preciso
E nesta carta de despedida,
em que escrevi em soneto,
deixo o meu abraço obsoleto;
e uma flor de narciso, sua preferida
para o vento levar, e apagar minha ferida