Canção Minha e Sua
(Sócrates Di Lima)
Sopram os ventos que de longe chega...
Trazendo sons do coração,
Como pássaros que o céu carrega,
Um tom divino de oração.
Sua canção,
Que enche minha alma de poesia,
Alivia minha tensão,
Doce e sublime melodia.
Canção de noites de saudade,
Que a memória não deixa passar...
Não importa o tempo nem a ansiedade,
Da espera de um longo velejar...
Nossa canção,
Que o tempo carrega e se deixa levar,
Como a névoa em evaporação,
Se perde no tempo sem avisar.
Madrugadas, noites e dias...
Sempre toca n'alma a melodia,
Como tocam as poesias,
E deixam marcas de uma real fantasia.
Como as águas de um mar bravio,
A melodia açoita meu coração,
Um barco, caravela ou um navio,
Em ondas viajam a sua canção.
Minha, sua, nossa canção,
Que talvez nem mais se pode ouvir,
Juntos, em algum lugar da imaginação,
Minh'alma ouve sem licença pedir.
Uma canção escrita na memória,
Com cifras e partituras de amor...
Escreveram uma doce história,
Como o orvalho acariciam uma flor.
Ouço nas noites os sons da saudade,
nos céus que meu coração viaja...
afaga meus desejos a doce ansiedade,
De quem espera sem que o destino aja.
Sua eterna canção,
Que ouço sem ouvir o seu cantar...
Longe, distante do meu coração,
Você deve ouvir a sua canção tocar.