Elegia do peixe vivo fora d'água fria...
Os dias chuvosos me fazem lembrar da senhora…
Mais especificamente das tardes frias,
Em que um mingau de amido de milho me fazias,
Mingau esse que eu comia assistindo o pequeno urso na TV da sala.
Eram tardes tão agradáveis. Se houvesse um modo de viajar
Para reviver esses momentos que, ao mesmo que afligem meu coração,
Aquecem com o sentimento de carinho e gratidão…
Só o que me restaram foram essas memórias para relembrar.
E não entenda mal, não estou reclamando; sou grato por tê-las.
Afinal, meu coração, mesmo triste e envolto em melancolia,
Sente menos dor ao lembrar de cada momento em sua companhia.
Eu sempre que me lembro quase choro, mas aprecio cada segundo.
Sabe, depois de tua partida, enfim achei resposta para a pergunta da música:
“Como pode o peixe vivo viver fora da agua fria?”
E a resposta está simplesmente entalhada em cada pedacinho do meu passado,
Nos momentos de ternura e carinho que passei ao seu lado!