Memórias Faceiras

E então elas chegam de manhã,

Como uma leve e pura brisa fresca.

Batem na janela e mentem,

Dizendo que dessa vez não serão tão grotescas.

Mas elas estão mentindo,

E você sabe que estão.

Mas se permite abrir a janela,

E então elas te invadem no calor da emoção.

Foi você quem deu permissão,

Então não adianta choramingar.

Foi tolice abrir a janela,

E você abriu porque quer lembrar.

Elas se baseiam em lamentações,

Que te fazem arder o peito.

Suposições que te fazem querer e lembrar,

Que nem tudo é do seu jeito.

Elas te mostram o quanto eram felizes,

Que o que resta agora são árduas lembranças.

Elas te mostram que a dor é a nostalgia,

De um passado que ainda tinha esperança.

Agora em sua cama,

Você se revira de um lado para o outro.

Se apega à mesma frase de todas as manhãs:

“Não foi por tão pouco.”

Elas são as memórias,

Doces, mas também penosas.

Elas são o passado feliz,

E tornam a carga do presente grande e pavorosa.

Ray Resende
Enviado por Ray Resende em 23/11/2024
Reeditado em 23/11/2024
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