A SAUDADE E O INFINITO

I

Sinto uma estranha saudade

A respeito do que não vivi

Ou do que quis e não pude viver,

Bem como suas cores idealizadas

Na memória do coração.

 

Nutro saudades do que até hoje alimenta

Os meus devaneios e os meus sonhos.

Saudade da beleza das paisagens

Que eu precisei um dia me despedir

Para talvez nunca mais retornar

Ou porventura redescobrir uma vez mais no porvir.

 

Saudades dos lugares magníficos:

Tão convidativos e aconchegantes!

 E também de diáfanos ambientes propagando

Os bons ares de uma de felicidade sem motivo.

 

Saudade não só dos meus dias de infância,

Mas daquilo que já almejei no coração

E que um dia se apagou

Como uma chama extinguida

Pelo sopro do vento.

 

Saudade da canção que eu reencontrei

Repentinamente nos momentos de solidão

Ou até nos momentos festivos da vida.

 

Saudade de pessoas que se foram,

Umas que ainda vivem

(Mas que hoje, infelizmente,

Estão longe do meu convívio);

E outras que partiram para sempre

Ao deixar os resquícios

Do que de melhor puderam inspirar no meu ser.

 

II

A saudade é o sonho da alma

Por aquilo que nos marcou

De forma significativa e benfazeja.

É a inspiração do vasto que nos embevece.

 

Ser saudosista é conviver com um profundo sentir

Que nos remete a inocência da vida

E ao paraíso das situações

Mais doces e aprazíveis.

 

A saudade é o sentimento

Da ânsia profunda e às vezes inconsciente

Pelo infinito nas coisas passageiras e efêmeras.

É um sentir dolorido, mas que eterniza

O valor de algo nas lembranças mais vivas.

 

A saudade enquanto sentimento do infinito

Transforma tudo o que se foi

Num jardim florido de esperança

Que faz reviver o que parecia estar perdido

Numa parte de nossa alma.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 22/11/2024
Reeditado em 26/11/2024
Código do texto: T8202883
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