Adormecida! (in memoriam de Araci Sales)
Que doces sonhos
Povoam tua mente, neste instante?
Pois, contemplando tua face, percebo
Uma serena tranquilidade em teu semblante.
Nenhum sinal de tristeza,
De pesar ou inquietude.
Tua fisionomia, apenas, expressa
Pureza e juventude.
Ao teu redor, rostos sofridos
Que choram tão grande dor.
Parecem almas perdidas
Num mundo de dissabor.
Porém, teu semblante
Em nada retrata a morte
Amaldiçoada e temida...
Pareces envolta em luz.
Não morta,
Adormecida!