Fogueira da memória

Dor que invade a alma sem pena

Amor que, ao crescer, se faz saudade

Rasga-me o peito - febril impaciência

Por um tempo nosso que virou metade.

Como ferida aberta e em silêncio

Guardo memórias de um beijo perdido.

Quisera eu ser corrente, brisa ou vento

Para tocar-te, mesmo que esquecido.

Choro no vazio que tua ausência canta

No eco de promessas, tão sublimes

Pois, nosso amor, ainda se espanta

Vive eterno, apesar dos crimes.

Queimarei em mil fogueiras da memória

Na busca vã do que já fomos, outrora

Pois és chama em minha trágica história

Um adeus que, em mim, não vai embora.

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 31/10/2024
Código do texto: T8186274
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