Fogueira da memória
Dor que invade a alma sem pena
Amor que, ao crescer, se faz saudade
Rasga-me o peito - febril impaciência
Por um tempo nosso que virou metade.
Como ferida aberta e em silêncio
Guardo memórias de um beijo perdido.
Quisera eu ser corrente, brisa ou vento
Para tocar-te, mesmo que esquecido.
Choro no vazio que tua ausência canta
No eco de promessas, tão sublimes
Pois, nosso amor, ainda se espanta
Vive eterno, apesar dos crimes.
Queimarei em mil fogueiras da memória
Na busca vã do que já fomos, outrora
Pois és chama em minha trágica história
Um adeus que, em mim, não vai embora.