Silêncio que Grita

Hoje, senti sua falta

num silêncio tão profundo,

que o mundo seguiu alheio

ao som que ecoava em mim.

Faltou você ao despertar,

na água fria da manhã,

no sinal que não mudava,

na espera que não tinha fim.

A chuva sussurrava sua ausência

do outro lado da janela,

cada gota um lembrete,

cada gota um abismo.

Não houve lágrimas,

não houve lamento,

mas, oh, como senti sua falta,

no silêncio que se fez tormento.

Era vazio no almoço,

na volta pra casa,

nas luzes que apaguei,

nos passos que ecoei sozinho.

E a cada manhã, a cada noite,

o peso aumentava,

a falta se erguia,

sóbria e imensa.

Hoje, senti sua falta,

em um silêncio absoluto,

mas dentro de mim,

foi um grito eterno.