Ao som da gravação
“Oi, tudo bem...” ouço tua voz
Na cama seca em que me encontro,
Minhas lembranças se balançam,
E teu eco se torna meu conforto.
Tu falavas palavras,
A cada pingo de lágrima
Que caía em meu rosto,
Desenhando pequenos contornos na bruma.
Tuas risadas, tão vivas,
Faziam-me sorrir,
Sentindo-te ao meu lado,
Como se tua essência ali estivesse a se infundir.
Nos últimos momentos,
Conto com a eternidade,
Desejando estar mais perto
De quem me faz sorrir com sinceridade.
Vago pelos teus jeitos de falar,
Até o tempo passar,
E eu perceber, com tristeza,
Que era apenas uma gravação, um eco a se desvanecer.