Mais um gole de silêncio

Bebo mais um gole de silêncio

e me embriago

em arranhos interiores.

 

As mãos, vazias de palavras,

debruçam pausas na garganta

e a ampulheta só mostra

o tempo que comeu.

 

É nas entrelinhas do que foi

e do que não foi dito

que a alma quer se enxergar...

 

Despe-se a si mesma.

Mergulha profundezas

nas horas do tempo.

 

Cada gota de lágrima

que cai sobre o papel

desenha um sentimento...

 

E então você me vê: tão Maria

que até me dói saber quem sou...