Nestes Seis Anos
Nestes Seis Anos
As vezes eu fecho os olhos e tento imaginar o outro lado
Da rua, do lago, da calçada, da vida e como nada alcanço
Hoje atentei aos ultimos passos, que são quase invisíveis
E o tanto que a estrada mudou e afetou minha percepção
As coisas que agora vejo com novas dores, cores, anelos
Onde me apego ao mais tangível que restou de Maria, eu!
Também me olho no espelho, vejo a simbiose de nós dois
O menino desgarrado e o homem que busca apropriar-se
do agora, embora os anos desaranjados me exija bravura
Tomo doses a conta-gotas de ser alguém mais que estar
Nestes seis anos, vaguear perto ou longe me fragmentou
Uma parte de mim aqui tudo percebe, sente, se entrelaça
Outra parte, de olhos fechados, dá à alma uma passagem
Para além da realidade, de poder estar com você, mãe.
Victor Cunha