15/09/1998
É meu aniversário, e a sensação predominante é de saudade. Lembro que, antes, cada vela que soprava representava um sonho brilhante. Agora, as velas que sopro são apenas uma forma de revisitar aqueles momentos em que a saudade era de não me importar com nada, apenas cultivar o momento de criança e as brincadeiras que fazia em um quintal enorme com os meus amigos onde ficava a casinha de madeira em que meu avô morava. O frio na barriga que eu sentia quando criança era um sinal de que cada ano era um conto de pura alegria. Hoje, esses dias parecem se arrastar, e a vida tem um tom de fim dos tempos, do meu tempo! Os dias são apressados, e ao olhar para trás, vejo um brilho que se foi. O ontem era uma festa, e agora, o que resta é o eco de uma rotina adulta que, muitas vezes, parece desgastar.
No entanto, encontro uma sede e vontade de viver, um conhecimento que é verdadeiramente valioso. Mesmo na calmaria de uma rotina que pode ser pesada, ainda há magia e esperança. Assim, enquanto o tempo agora passa mais lentamente, celebro cada dia e cada momento. Mesmo que a festa tenha mudado, o aniversário continua sendo um marco, um tempo para celebrar a vida e um tempo para amar e ser amado.