Quando meus pés pisavam o chão.

Eu já morei em barraco,

tive uma casinha e, depois, um casão.

Andei a pé, andei de ônibus,

tive um carrinho e depois, um carrão.

Mas o curioso é olhar para trás,

quando a vida era de escassez e confusão,

perceber que sinto saudade das Ruas de barro

e quando meus pés pisavam o seu chão.

Peço explicação aos doutores,

sobre a natureza desses sentimentos.

Pois se pudesse trocava qualquer sofisticação,

para reviver aqueles momentos.

Não tinha nenhum trocado no bolso

e mesmo assim não tinha medo de nada.

Me sentia forte, me sentia vivo,

ansiava a surpresa de uma nova jornada.

Tinha todos os meus amigos comigo,

sem saber que o tempo há de passar.

Até o futuro chegar no meu quintal,

dizendo que chega sem avisar.

Vi que encheram as ruas com concreto,

até os matos cortaram todos.

Tudo ficou meio cinza,

A comida perdeu o gosto.

Meus cabelos ficaram brancos,

sem mencionar o que caiu.

Eu mudando de canto em canto

e no meu peito, um vazio.

Então me lembro que já morei em barraco,

Que tive uma casinha e, depois, um casão.

Que andei a pé, andei de ônibus,

Tive um carrinho e depois, um carrão.

Mas ao olhar para trás,

quando a vida era de aparente escassez e confusão,

eu sinto saudade das Ruas de barro

e quando meus pés pisavam o seu chão.

Nicollas Madeira
Enviado por Nicollas Madeira em 11/09/2024
Código do texto: T8149222
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