RIACHO DA SAUDADE
Quando regresso ao sitio da minha infância
Sinto em Minh ‘alma uma grande nostalgia
Deito nas pedras ouvindo o ronco das águas
Relembrando o berço da minha alegria.
Recordo as mulheres batendo roupas
Entre as rochas límpidas do riacho
Da areia ardente sobre o sol radiante
E do mungido lento dos bois pelo cerrado.
A saudade talvez seja impenetrável,
Pelas margens estreitas do ribeiro
Que outrora tão sereno deslumbrante e fecundo,
Sobre a sombra aconchegante dos ingazeiros.
Estendido sobre o leito daquelas rochas,
Memorizo as cuncas largas que eu brincava
No giro constante ingênuo de criança
Ao redor dos escombros da velha casa.
Me desperto entre as aguas lentas do riacho,
Que o silêncio sombrio da natureza invade,
Uma luz ilumina no meu pensamento,
Na vasta expansão serena da saudade
Maurício Martins
Inhuma-PI, 24/04/05