TARDE DEMAIS
Ouço Wolfgang Amadeus,
Recebo um afago,
Da brisa passante,
Libertária, errante,
Desapegada ao recinto,
Penso em ti... saudade? Sinto,
Sinto a tua fragrância,
Imagino o lume de estrelas,
Refletidos nos olhos teus
Suspiro; indago,
Como pude perdê-la,
Rasurar um quadro encantador,
Entristecer tanto o teu âmago,
Desafinar a harmonia do amor...?
Tudo tem um preço,
Tarde demais para um recomeço,
Mereço a tua distância.
Sorvo o cálice amargo,
Da enviesada dor,
E divago em meus eus.
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EU CONFIO
Saudade... com certeza
é tão grande, em demasia,
que me faz chorar de dor,
nada, nada a alivia.
Amar é uma beleza,
porém só nos angustia,
eu suspiro, imploro, choro,
livrar-me eu bem queria.
Eu perdi o meu amor,
nada tenho, nem abraço,
é vazio o meu espaço,
mas não perco a minha calma,
tranquilidade pra alma.
Eu confio, eu espero,
nunca, enfim, me desespero.