Refúgio em versos
Sob o céu cinzento, a saudade floresceu,
Como erva daninha em jardim abandonado.
Onde a brisa soprou e levou o perfume das flores,
Deixando meu peito vazio, ressecado.
Lembro-me do sol que nos aquecia,
Do mar que nos acalmava,
Das noites estreladas que nos inspiravam,
Mas tudo se apagou, feito fósforo queimado.
Seus olhos, estrelas que me guiavam,
Agora são um reflexo na água.
Suas mãos, que um dia me acariciaram,
Agora são toques distantes, perdidas no horizonte.
A vida seguiu seu curso, implacável,
Mas o tempo não apagou a dor.
Em cada canto, um eco de seu nome,
Em cada brisa, um sussurro de amor.
E eu, perdido em um mar de lembranças,
Buscando um novo amanhecer,
Na esperança que a dor se transforme em paz,
Me refúgio na singeleza desses versos.