Pormenodes
O tempo é curto, tudo morre
"Para que nasces, Rosa?"
Botão e flor em um jardim já túmulo
Cadência em pétalas, diversificando abismos
Não morrerás então, com o meu (silêncio)
Você que tanto foi a propulsão destes meus passos
E emoldurou tantos risos soltos nos meus dias
Se decidiu ir, que leves!
Leve à gosto, outubro
E pouco mais de um ano do meu eu lírico
Leve o prêmio e pódio de primeiro lugar de saudade
Advinda de idas, vindas, amor
Leve a minha biografia
Que já não grafa e nem redige sem você
Leve o bom senso que tive, da confissão que (pode?) ser a última:
— Você é mais linda que o fim da guerra.
E toda a minha voz desse canto-menor-ode
Só queria que uma alma qualquer, lhe soprasse aos ouvidos (como eu mesmo fiz tantas vezes)
Para que corresses aqui, e talvez ler-me
Que se trata de você
E que nunca foram menores estes enormes, pormenores