Terra natal

Aprendi a gostar da serra venturosa,

Que recorta suave o céu do nascente,

Onde a luz do dia começa vistosa,

Onde nasce uma fonte transparente,

Lá dorme a noite fresca e melindrosa,

Com um hálito doce e boca silente.

Gosto também do azul do mar, impossível,

Ruidoso no seu jeito suave de ser,

Do vento que lhe acaricia invisível,

Confessando segredos ao lhe dizer,

Que beijar a praia é um ato imersível,

E que sem ela é impossível viver.

Amo o sertão que a terra nua aquece,

Mas, em noite de lua, não há igual luar,

Onde o aboio do vaqueiro se parece,

Uma canção materna ao filho ninar,

Ou ainda a chuva desejada numa prece,

Carece a saudade do jeito de amar.

Escravo de ti vive meu pensamento,

Minha querida estância, terra natal,

Quisera respirar de ti o mesmo vento,

Que um dia distante a mim foi vital,

De toda lembrança me restou um alento,

A mulher que amei fez de você imortal.

JarbasTaboza
Enviado por JarbasTaboza em 16/08/2024
Código do texto: T8130093
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