Propagandas

Eu sinto tanta falta sua.

Das nossas conversas à tardinha,

Diante a porta da rua,

Esperando a noite que se avizinha.

Você recostada em meu peito,

Descrevendo nossos planos.

Que tudo fosse perfeito,

E restou-me enfim, desenganos.

Porém o futuro é incerto,

E não se deixa revelar.

Já não a tenho por perto.

Falta você para me abraçar.

O destino me foi cruel.

Virou tudo de ponta cabeça,

Me dando doses de fel,

Para que nada me favoreça.

Tantos planos que ruíram,

E o belo ficou para trás.

A dor os substituíram,

Nada mais me compraz.

Sobrou-me apenas lembranças,

Que ressoam amargamente.

Nem ao menos apontam esperança,

Entre eu e você, literalmente.

Eu já não sei por onde andas...

É incerto o teu paradeiro.

Apenas me chegam “propagandas”,

Que me deixam em desespero.

Tento delas me desvencilhar.

Eu tento não dar ouvidos.

Eu não quero jamais apagar,

Aqueles dias, por nós, vividos.