Pássaro Azul - 2 parte
Desde que o pássaro azul partiu,
Os dias perderam seu brilho,
Mergulhados em dores e escuridão,
Como se a vida tivesse se esvaído.
Minhas manhãs tornaram-se banais,
Abrindo a janela, ao menos,
Para sentir os ventos frios
Invadindo o coração vazio.
Um pássaro pousa aqui,
Outro surge ali,
Cores, formas e tamanhos
Misturam-se em variadas cenas,
Num verdadeiro carnaval de penas.
Meu sorriso se oferecia a todos,
Brincava com as variações,
Aliviando as dores do sol árido.
Mas, ao fim, tudo se desvanecia,
Eu permanecia só,
Olhando o céu,
Ansiando pelo pássaro azul.
Manhã de sol nascente,
Toc, toc,
Um som na janela,
Suave, doce, a despertar.
Abro os olhos e vejo o pássaro azul,
Com suas cores genuínas,
A iluminar os jardins.
Minha alma desperta com sua presença,
Meu coração, há muito adormecido,
Revive na fantasia das cores e batidas
Que há tempos não sentia.
Minha alma eleva-se ao azul celeste,
Encantada com a lembrança de tempos idos,
Degusta momentos felizes.
Mas, então, surge um pássaro rosa,
E minha atenção se desvia.
Perco-me em lágrimas,
Deixando a beleza fugir,
Levando consigo minha alegria,
E eu, perdido na solidão do vento.
Pássaro azul,
Amei-te em tuas pequenas asas.
Pássaro azul,
Lamentei tua partida.
Pássaro azul,
Ainda te amo, mesmo em breves pousos.