É doce a saudade.
É doce a saudade
Delasnieve Daspet
,
E os teus rastros se apagaram.
Correstes para sempre.
Te segui nos lugares mais distantes,
Me desfiz em círculos, redemoinhos.
Meus passos te buscaram pelas estradas,
Já que eles conheciam, melhor,
Os caminhos. Nada encontrei.
A fera humana promoveu o
Descomunal deserto que sobrou.
Desatenta, ao manual de sobrevivência,
Já não sou eu quem caminha.
Sem qualquer memória, desta vida,
Perdi nosso reencontro e o premio
Do plantio feito no passado.
Na canção que vibra em meu ser
Ainda é o teu nome que ouço.
Só a poesia sascia a fome insaciável.
Dilui-me na paisagem do tempo.
Desfaço-me em água, verde e amplidão.
Floresço onde a vida me esconde.
É doce a saudade...
17.10.22