Iaia
Tanta coisa que carreguei para o presente,
Mas ficaram no passado.
Tanta coisa,
Tanta coisa que carrego no peito,
E me deixa arrasado.
A igreja que rezo,
Pelo perdão dos pecados,
Anjos alvoroçados,
A nos zelar,
Não sabíamos,
Mas Deus,
Tinha nos abandonado.
O ar ainda tem teu cheiro,
O chão,
Ainda marcado com teus passos,
Caminhos que refaço em sonhos,
Em sua busca,
E nada.
As canções que eu cantava,
Mudas estão.
Mãos dadas,
Hoje abandonadas,
Copos cheios,
Hoje vazios.
Afastados,
Mas o destino,
Nos reaproximou,
Mas continuamos ausentes,
Você,
Presente em minhas lembranças.
Um dia de domingo,
E sábado,
“Que é o dia mais difícil sem você”,
Ouço no rádio,
E toca em minha alma,
Como aquele menino bobo,
Palavras pela boca,
Deixo escapar,
Não!
Não quero,
Mas não consigo deixar de te lembrar.
Onde me perdi?
Quando te perdi?
Perdeste em parte,
Perdi-me inteiro.
Percorro em pensamentos as praças,
A casa onde morava,
Sento em frente a seu portão,
Que hoje não mais te pertence,
E nada!
Sem vestígio da faixa,
Do que sobrou de um lençol rasgado?
Um “eu te amo” borrado,
A você dedicado.
Ainda depois de tanto,
Tanto tempo,
Choro sua ausência,
E em decorrência,
A minha.
Quero de volta meu velho mundo,
De sereia,
Insetos,
Sorrisos,
Encontros,
E gestos.
Quero sentir a sua mão em meu rosto,
O abraço apertado,
Quero te ver,
Para acalentar a tristeza de meus olhos,
E acelerar,
O meu velho coração.