Quintal

Do rancho e telhado, e trilhas de gado, riacho e lambaris.

Curral, fogão à lenha, rádio de pilha, telhado à vista, preto de carvão.

Um forno de barro, monjolo e pilão, folhas de banana, assado de pão.

E a roda não para, que gira de águas, que move o moinho, a mó moe o grão.

Sem cercas, divisas, murais e portão, limites, meus olhos, campo, coração.

E estrada de chão, um sol, passarinho, ipês que floriam.

Oh, quintal dos meus sonhos, jardins tão floridos, são só vis retratos.

Levou entre os sóis, dormidas, tantas, num disfarce de relógio.

Acordei bem assustado, é um quadro pendurado.

Toda beleza de um tempo, presa em memórias e quadros velhos.

Do rancho e telhado...

João Francisco da Cruz