Ao meu avô

Dedicado a Celmyro Mesquita

Hoje é o aniversário do meu avô.

Pego-me imaginando, em meados de 30, o parto da parteira

Toda aquela correria esplêndida, de fazê-lo nascer.

Seus olhos, que neste mundo viram

As oportunidades que viriam

De um pobre menino

À espera da primavera.

E a primavera de fato veio

Fez-se homem por inteiro,

E como Homero, decidido

Traçou a linha de sua vida.

Com orgulho no peito, vô, te lembro,

E consagro a ti este poema

Que quando me tinhas em teus braços

Me cuidavas e me sentias,

E em meus olhos enxergavas,

A mesma centelha de faísca

Da chama dos Mesquita.

Devo tudo a ti, meu senhor

Que agora jaz no cemitério

Devo os traços que me deste

E a educação que me ensinaste.

E n’algum dia que certo chega

Hei de sentar-me de novo à mesa

E hei de conversar contigo,

Como fazíamos quando vivias.

Hei então de beijar-te a mão,

O rosto que me fora santo

E então Deus nos concederá

A eternidade para conversar.

Havermos de junto estar, vô

N’algum canto do paraíso

Já que esperas, tão feliz

Teu neto que te ama.

Pasquali
Enviado por Pasquali em 21/07/2024
Reeditado em 21/07/2024
Código do texto: T8111612
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