Respostas de perguntas que nunca saberei
A vida faz perguntas, sem muitas afirmações,
Criando trechos e acórdãos em todas as canções,
Te questiona e se faz questionar,
É um ciclo eterno de duvidar.
A que horas você apareceria,
Após um simples chamado de socorro,
Mesmo que feito subliminarmente,
Me amaria para entender que não estou sorridente?
Haveria quantos males nesses mares profundos?
Seriam quantos litros deste sangue imundo?
Me submeteria ao mais profanador,
Para afasta toda e qualquer dor.
Como descrever a um cego a cara de Deus,
Como falar que eu não sou um dos seus,
Àquele que já viu a face sem mesmo olhar,
Que mancha as mãos de sangue sem matar.
Àquela noite, minhas lágrimas não valiam mais,
O teu calor secou toda preocupação,
Perdi o tempo da duração da dor,
Tudo por um toque acolhedor.
Porventura eu sou quebrado,
Ou apenas um ser trincado,
Um filho amaldiçoado,
Prole de um mundo apagado.
Qual o nome de todos os demônios,
Qual a morte de todos os sonhos,
Qual a conspiração do universo,
Para cada um desses versos.
Naquela noite, minha dor não valia mais,
Descontruído por um sorriso costumaz,
Não sei dor no teu carinho,
Dei meu pescoço como passarinho.
Porventura me abraçaria na tempestade,
Seguraria o mundo por uma saudade,
Me arranharia por um instante,
Levaria o perfume da minha estante.
Conquanto a Lua se deleitava em nuvens,
Nu vem sobre aquele manto avermelhado,
Sentir-se o cheiro de leveza no toque,
Como poderia tocar-me, me enforque.
Por que que foi acontecer,
De querer um ser tão imundo,
Agora não consigo esquecer,
Sacrificaria tudo por mais um segundo.
Sobre o toque de mãos dadas,
Sob falas amanteigadas,
Gemidos e juras do pescoço ao ouvido,
Não quis ir embora por me sentir querido.
Naquela noite os planos não mais valiam,
Eram dois corpos que se uniam,
Eram duas almas que se sentiam,
Dois quebrados que ali viviam.
Enquanto a manhã morria,
E a noite matava,
Eu vi que tu sorria,
Eu vi que me gostava.