Casa Velha
Casa velha
E fumaça, casa velha, chão de bois, uma janela ao jardim.
Era estrada, um tal caminho, pedras e calçamento.
Umbuzeiro de quintal, a moça que tão sorria, fogão de vermelhão, o teu olhar.
Folhas são amarelas de tempo velho, leva o ontem de ti.
Rastros, marcas fundas de peito, riscos dos nomes, nossos.
E de lá, talves não mais.
A flor do jardim pequeno, o cão que corria, a voz da noite e um lampião.
Riachos inundam lembranças, o moinho insiste em velhice e segredos.
Vi numa parede feia, o coração que pintou, o carvão não curvou ao ponteiro.
Deslizou de rosto e rugas, no fio de carne cansada, uma dor e saudade.
E fumaça, casa velha...
João Francisco da Cruz