Elegia para minha mãe
Já não dá para escrever uma letra sequer
Que não lamente a minh’alma a falta de você,
E meus rabiscos veementes apertam o papel
Como se marcasse para sempre meu imenso querer.
Às vezes, sinto as forças que me restam se esvaindo,
Quando lembro que em teu colo não posso mais pousar
Minha cabeça carente que insiste pelos seus carinhos,
Mas que só em pensamento se sente afagar.
Quantas palavras haviam de ser-lhe ditas
E que nunca, em tempo algum seriam suficientes
Para expressarem o amor que lhe era devido
Que hoje repousa em meu coração doente.
Quão profunda e ardente é minha saudade
E as lágrimas que correm molham o papel
Abafo um soluço na garganta dolorida
A tristeza do sorriso me lembra que estás no céu.
Agora, mãe querida, guardo a ternura de sua presença
E o vazio que deixaste ninguém nunca irá ocupar
Seu exemplo de virtude é que me impulsiona
A seguir em frente, sem jamais deixar de te amar.