Chuvas e Idas

Chuvas e idas

A névoa de gotículas fingiu o rosto meu.

Os olhos de orgulho sofreram de rocha e coração.

O Sol nem brilhou no dia da ida, uma lacuna de despedida e ais.

Perdi de vista, aquela que levara em passos vagos, o sorriso que era meu.

Um perfume de embriaguez, um corpo despido e volúpia, roubou deste que chora só.

Um fio de gotas, despencara e dor, aquela saudade devassa.

Frio de inverno, a alma gélida de solidão, uma carência de sorriso e fogaréu.

O corpo tremeu, um febril e angústia, a tinta escorreu do quadro velho.

Entoou a noite, que bem sem pressa e sonido, engolira a minha paz de surdez.

Nem o feio, curto e caminho torto, deixara à tumba, fugir.

Esquiva se o riso, a dor do dente e tao siso, e sisuda à morte nega.

Que infeliz então é ser, da falta tua e calor, uma noite sem lua de encanto.

Na chuva discreta e gotejo, escorre uma lágrima em vão.

A névoa de gotículas...

João Francisco da Cruz