Manhã Glacial
No gélido inverno, a aurora desponta,
Trazendo consigo a geada e a dor,
Em meu ser, a emoção se confronta,
Lágrimas congelam num pranto interior.
Aves entoam triste melodia,
Na fria manhã que o dia inaugura,
Enquanto o coração, em agonia,
Despedaça-se em canções de amargura.
Lembranças de um passado longínquo,
Em turbilhão na mente se revoltam,
Revivo teu amor, oh, sentimento extinto,
Nosso último beijo, os lábios que se voltam.
Levado pelo vento, num instante extinto,
Destino cruel que os nossos sonhos arrebatou,
Sobre a mesa, rosas e cartas jazem em desalinho,
Lembranças de um amor que o tempo devorou.
Apenas dor e adeus permanecem,
Nessa manhã que tua voz me fere,
Um doce hino que a alma me envenena,
E a saudade eternamente me prende.