Fazer meu violão cantar

Estive tanto tempo longe do meu violão

Que meus dedos se tornaram virgens

De suas cordas, amolecendo e esquecendo-se

Da dor causada pelas seus cantos tão abrasivos

Tenho saudade de deslizar a palheta sobre suas cordas vocais

Soltar sua voz tal qual cheiro de flores recém-nascidas

Na primavera, e de segurar suas cordas nas casas

Que ele me pedia para segurar

Decidi matar a saudade do meu violão

Segurei as cordas nas casas solicitadas

Mesmo quando meus dedos se sentiam

Machucados com seu cantar

E deixei sua voz ressoar

Na primeira palhetada

Não explorei notas, escalas

Acordes e nem melodias

Toquei as cordas

Deixei cada harmônico dançar

Em seu ritmo, para meu violão cantar

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 25/06/2024
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