Sonhos de quadros
Quarou como alva e varal, o branco riso de paz, do rosto teu.
Um beijo que prometeste, dos lábios de mel, de doçura e mulher.
Amei de força e quentura, o calor do leite, que me fez homem.
Debrucei no velho mourão, contemplei as curvas do sertão meu, coxas, cochos, bois e amor.
Amordaçada a alma minha, que não te vê, nem te sentes, sobeja uma solidão de pedra.
Onde escondes tú, felicidade curta, negra de noite feia, o fantasma meu, que abomino.
E reluzente acordei, um lampião e galo, um gosto a mais no gargalo, era um sonho só.
E o Sol bateu no rosto meu, dormido e bêbado, nesta rua de amargura.
Era só um pesadelo, um amor tão bem pintado, nos quadros da alma deste caboclo.
João Francisco da Cruz