MARÉS DE SAUDADE
Acreditei na minha sorte...
Como um jogador de dados, apostei tudo no amor.
As linhas da minha mão revelavam promessas e desafios,
mas ignorei os sinais, como um cego diante do abismo.
O destino, impiedoso, riscou nosso encontro no calendário,
e eu, na roleta do coração, perdi todas as fichas no seu número.
Te perdi...
Naveguei em mares de incerteza, como um albatroz solitário.
As ondas revoltas me afastaram de você,
e o vento sussurrou segredos de despedida em meu ouvido.
Na bússola do coração, você deixou de ser meu Norte,
e o mapa da saudade traçou rotas sem retorno.
Te vi navegar...
Como um farol distante, sua luz se apagou no horizonte.
Seus olhos, antes porto seguro, agora são constelações perdidas,
e eu, um náufrago à deriva, busco abrigo em lembranças.
Em cada onda que quebra na praia da minha alma,
sinto a maré da saudade me arrastando para longe de você.
Choro em silêncio...
Como um farol abandonado na costa, sem luz.
Observo as ondas do meu pranto, quebrando na areia,
em cada lágrima, um reflexo do seu olhar distante,
no horizonte do meu coração, você já não é mais a estrela guia.
Vivo o paradoxo do amor...
Como um velho relógio, ainda marco o tempo da sua ausência.
Os ponteiros giram, mas em cada volta, é o seu rosto que vejo,
na ampulheta da esperança, o tempo escorre entre meus dedos,
e ainda que o tempo passe, meu amor por você é eterno, imutável.
Confesso meu arrependimento...
Como um poeta sem rima, minhas palavras tropeçam.
Cada verso incompleto é um eco do que poderia ter sido,
e o silêncio entre as sílabas é um abismo de remorso.
Se pudesse voltar atrás, reescreveria nossa história,
mas o passado é uma tinta indelével no pergaminho da vida.