Serpente de estrelas

O brilho do teu negro olhar

revela a magia

do luar

entre os seus cabelos

seus dedos

e a presença das ondas no mar

que não findam

nos vôos e véus noturnos

e derramam-se em pérolas

cristalinas de luz e suor

em tua pele

cor de terra

jambo e tons pardos

vida em seu corpo.

O amor pulsa

e se desfaz

gota a gota.

Em tuas mãos

alcanço o eterno infinito

do horizonte

e nada mais.

O centro

dessa chama

que se acende

por si própria

e se esvai

na textura

de tuas curvas sem fim

estradas que não chegam a lugar algum.

A loucura

entreaberta

acaricia a solidão

numa noite bela de verão

e se Tom Jobim estivesse aqui

com certeza

cantaria o nosso amor aos quatro ventos.

Cantaria as palavras que não podem ser ditas

no rubro e nas etéreas horas

que não cessam.

E as serpentes de estrelas

a serpentear em teu olhar

da cor do céu em tempestade

Meus sonhos adormecidos,

- meus gemidos -

em teu peito a descansar:

a falta que você me faz.

O sol aos poucos se vai

atrás das nuvens brancas

e a lua ilumina-se toda

por trás da ternura

e do pôr-do-sol.

Estrelas,

vampiros,

caracóis

e a alma:

resquícios de um grande amor

entre a serpente

e as estrelas que nunca findam

em teu negro olhar.

(Para o meu amor. Com muito amor no meu coração de fogo).

Verônica Partinski
Enviado por Verônica Partinski em 07/01/2008
Reeditado em 11/01/2008
Código do texto: T807558
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