O LIMIAR DA SAUDADE

(Poemas Quarentenais, XIX)

 

Se algum dia eu for embora,

sem nem sequer dizer adeus,

junte tudo que sobrar

de tudo que um dia foi meu

e, uma lembrança por vez,

refaça o tudo que agora é seu.

 

Não se pergunte o que você fêz

ou o que em mim se perdeu.

 

Há um adeus para nunca mais

e outros tantos adeuses

de incompleto vulto,

de sufocados ais.

 

E há o rastro que todos deixam:

Um quarto escuro

onde o rancor se esconde,

onde os amores se queixam.

James Melo
Enviado por James Melo em 23/05/2024
Reeditado em 25/05/2024
Código do texto: T8069478
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