SAUDADE IMENSURÁVEL
DA SÉRIE - AMORES QUE EU INVENTEI
Em taças iguais, em copos idênticos,
Guardamos momentos, pedaços de nós.
A adega vazia, pergunta insistente:
Por que se esvaiu, nosso vinho, a sós?
O lençol, alvo, banhado de lua,
Ilumina o quarto, recorda quem fomos.
Seus armários vazios, ecoam tristeza,
Trazem solidão, lembranças e prantos.
Bijuterias deixadas, com fios de cabelo,
Sinais de presença, de um amor que partiu.
No jardim, as flores, sua falta sentem,
E eu, na vidraça, o passado recrio .
Nos vidros embaçados, histórias se ocultam,
Refletem momentos de nós que sumiram.
Pergunto ao silêncio, se amar valeu tanto,
Se a dor da ausência, a vida mediram.
E assim, em suspiros, me envolvo
A saudade é imensurável!
Tião Neiva