NO SILÊNCIO

NO SILÊNCIO...

Jorge Linhaça

No silêncio, clamo pelo teu nome,

- entre alvas estrelas do firmamento-

enquanto esta distância me consome,

aumentando em mim, esta cruel fome,

de ser meu, o teu maior sentimento.

Cantam, coros celestes, teu nome,

enchendo o éter com o meu lamento,

e a solidão cada vez mais doi-me,

à espera que um dia venhas, me tomes,

num pégasus, cavalgando no vento.

O sol que brilha, já não me aquece;

a lua emana mil raios argênteos,

e o meu peito já se arrefece,

ansioso, meu coração estremece,

perdido, nos torvelinhos do tempo.

Quem sabe o dia chegue, afinal,

em que a negra noite se torne dia,

soprando estas cinzas pós-carnaval,

tornando minha fantasia real,

rompendo os grilhões desta agonia