XÍCARAS VAZIAS

Tudo tão simples…

Uma mesa com duas xícaras

Duas cadeiras dispostas frente a frente.

E ao centro uma garrafa de café além de duas mãos dadas, em uma convivência amorosa, uma vida.

De repente!

Uma cadeira vazia, uma xícara vazia

Uma ausência

Uma grande solidão.

Todas as manhãs o ritual se repetia

A cadeira estava vazia, mas a xícara no outro lado da mesa nunca faltou.

Porque a xícara era o símbolo da ausência.

De quem perde o chão

De quem se perdeu pelo caminho.

E assim foram anos.

Até que numa tarde de abril ele partiu ao encontro dela.

Hoje as xícaras vazias são minhas.

Tião Neiva

Mamãe se foi em 18 de julho de 1984

Papai se foi em 18 de abril de 1992.

TIÃO NEIVA
Enviado por TIÃO NEIVA em 24/04/2024
Código do texto: T8048663
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.