XÍCARAS VAZIAS
Tudo tão simples…
Uma mesa com duas xícaras
Duas cadeiras dispostas frente a frente.
E ao centro uma garrafa de café além de duas mãos dadas, em uma convivência amorosa, uma vida.
De repente!
Uma cadeira vazia, uma xícara vazia
Uma ausência
Uma grande solidão.
Todas as manhãs o ritual se repetia
A cadeira estava vazia, mas a xícara no outro lado da mesa nunca faltou.
Porque a xícara era o símbolo da ausência.
De quem perde o chão
De quem se perdeu pelo caminho.
E assim foram anos.
Até que numa tarde de abril ele partiu ao encontro dela.
Hoje as xícaras vazias são minhas.
Tião Neiva
Mamãe se foi em 18 de julho de 1984
Papai se foi em 18 de abril de 1992.