ANTIGO PEDAÇO DE PAPEL
Num pedaço de papel, meu universo desenhei,
Histórias de encantos, de limão ou mel, tracei.
Na imaginação, o poder eu tinha,
De salvar mundos, ou transformá-los em fina poeirinha.
No papel, meu céu podia ser azul, rubro ou pálido,
Trazendo a magia com meu lápis, como um feitiço válido.
Como um alquimista, um mago, um inventor,
As imagens ganhando vida, em um espetáculo sedutor.
Um simples traço se tornava um vasto horizonte encantado,
Meus olhos viam no papel o infinito, em cores, desdobrado.
Era apenas eu, minha imaginação e minha habilidade,
Traços se misturavam e se fundiam em pura criatividade.
Hoje, olhando para trás, aquele pedaço de papel é um tesouro,
Degusto novamente o doce sabor de limão e mel daquele ouro.
Não recordo mais onde minha fantasia quis navegar,
Mas após os anos, é um consolo nas lembranças mergulhar.
Embora os anos passem, e a memória se turva e esquece,
Aquele papel ainda guarda um encanto que incessantemente cresce.
Um vislumbre do passado, a alegria de uma criança,
Onde os sonhos voavam, em cores de uma eterna esperança.